O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão vinculado ao Governo Federal, realizou uma pesquisa sobre o estupro, e de acordo com o instituto 65% dos entrevistados (homens e mulheres) concordaram em que mulher que exibe seu corpo, usando roupas curtas e/ou decotadas, "merece ser atacada". As pesquisas exibem o perfil das vitimas, 89% são do sexo feminino e possuem, em geral, baixa escolaridade, do total, 70% são crianças e adolescentes. Em 50% dos casos, segundo o Ipea nas ocorrências envolvendo menores, há no histórico estupros e abusos anteriores.
As consequências psicológicas para essas crianças são devastadoras, uma vez que o processo de formação da autoestima é afetado e fica comprometido.Além disso, no geral problemas físicos, doenças e gravidezes são consequências incalculáveis. Essa pesquisa só reafirma a ideologia patriarcal e machista que coloca a mulher como objeto de desejo e propriedade. Pensamento este, que
está enraizado em nossa sociedade desde a colonização, com os abusos cometidos pelos Europeus as nativas e africanas.
Em uma campanha contra o estupro, uma jornalista ao criar a "hashtag" "#eunãomereçoserestuprada", gerou uma polêmica no país, pois ao invés de ser totalmente apoiada, recebeu inúmeras criticas de homens e mulheres que alegavam que segurar um cartaz em frente aos seios desnudos é incitam e provocar um homem, reafirmando assim o resultado da pesquisa.Propagandas de cerveja, programas de humor ,políticos e artistas formadores de opinião também colaboram de forma camuflada com essa cultura, quando colocam "encoxadores" de metro, como seres inofensivos, em quadro exibido no programa "Zorra total" da Rede Globo, por exemplo.
Claro que, esse não é um problema exclusivo do Brasil, mas nós como cidadãos desse país temos como dever lutar e buscar o fim desse pensamento, que leva á 15 mortes de mulheres por dia. É necessário o fim da hipocrisia- inclusive do governo- e ações para resolver esse problema.Programas de incentivo midiático do tema, uma reforma na educação e, principalmente pelo combate à impunidade devem ser instaurados.E assim, como disse Simone de Beauvior, feminista e filosofa "“Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância.”
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